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Mais de 120 mil pessoas já se despediram do Papa, inclusive brasileiros

De 8h a cerca de meia hora de espera do primeiro ao segundo dia de velório de Francisco na Basílica de São Pedro.

Sex, 25 Abril de 2025 | Fonte: Vatican News


Mais de 120 mil pessoas já se despediram do Papa, inclusive brasileiros
Vatican Media

De 8h a cerca de meia hora de espera do primeiro ao segundo dia de velório de Francisco na Basílica de São Pedro: a experiência de brasileiros durante as últimas homenagens ao Papa. Uma guia de turismo com a filha de 8 anos tiveram que desistir da fila: "todo mundo fez um corredor humano para a gente passar. Padres e freiras nos abençoando, com palavras de amor e de luz porque sabiam que a gente queria estar ali". Uma religiosa chegou a pegar os nomes delas para rezar diante do caixão.

Neste terceiro e último dia de despedidas do Papa Francisco, o acesso à Basílica de São Pedro para as últimas homenagens será permitido até às 18h do horário local, como está sendo divulgado nos telões da Praça nesta sexta-feira (25/04). As longas filas com  fiéis e peregrinos de todo o mundo, assim, continuaram inclusive durante a madrugada. Segundo um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, mais de 120 mil já conseguiram se despedir do Papa que será sepultado neste sábado (26/04) na Basílica de Santa Maria Maior, num túmulo feito com materiais da região italiana da Ligúria, com apenas a inscrição "Franciscus" e a reprodução da sua cruz peitoral, que já poderá ser visitado a partir de domingo (27/04).

As últimas homenagens dos fiéis ao Papa Francisco
As últimas homenagens dos fiéis ao Papa Francisco   (Vatican Media)

A capital italiana e o Vaticano têm se organizado diariamente para melhor receber milhares de pessoas nestes dias. De uma espera de até 8h no primeiro dia de exposição dos restos mortais de Francisco na Basílica, no segundo dia os peregrinos conseguiam fazer em cerca de meia hora. Paulo, do Rio de Janeiro, conta ao Vatican News direto da Praça São Pedro, que estavam em Florença no dia do falecimento do Papa Francisco, em 21 de abril. O grupo formado por três casais de amigos esteve no Vaticano nesta quinta-feira (24/04). Ao invés da tradicional visita guiada na Basílica de São Pedro, os brasileiros tiveram o privilégio de se despedir do Pontífice e num percurso bastante ágil:

"Foi supertranquilo, não demorou. Todo o trajeto que a gente fez demorou mais ou menos 20 minutos da entrada até a saída. Então, funcionou supertranquilo. O Papa Francisco foi um representante, para mim, mais fidedigno os ensinamentos de Jesus Cristo, porque toda essa pomposidade que a Igreja representa desde sempre, o Papa Francisco sempre bateu em cima disso. E não é à toa que hoje a gente o vê dentro de um caixão de madeira. Ele, antes de morrer, deixou uma mensagem que queria ser enterrado na Basílica onde ele gostava de estar, então, para mim Jesus Cristo é isso: Cristo é humildade, caridade, e isso o Papa Francisco viveu e mostrou para gente isso."
 

O adeus de vários peregrinos da esperança

Camila Oliveira, jornalista e assistente de vendas, mora em Roma e também já foi fazer a sua última homenagem ao Papa Francisco, mas com uma fila que demorou 4h no primeiro dia de velório:

"Essa fila também teve um significado porque ali eu presenciei tanto testemunhos: eu vi o amor em tantas pessoas, de todas as partes do mundo, de outras regiões da Itália. Então foi um momento de compartilhamento, união e esperança. Eu aproveitei também para rezar o terço, encontrei uma amiga da Juventude Franciscana, que é um grupo de jovens católicos aqui em Roma, do qual eu faço parte. E ali nós transcorremos aquelas 4 horas. Enquanto eu atravessava aquele corredor (na Basílica de São Pedro) um filme passou na minha cabeça e me fez recordar todas as estradas que eu percorri para chegar onde eu me encontro hoje. E muitas dessas estradas, que eu ainda percorre, são baseadas nas palavras do Papa Francisco. Eu como jornalista, que trabalhai com comunicação católica, posso dizer que eu sempre tentei levar comigo o conceito de comunicadora de esperança que por vezes é uma coisa difícil nos dias atuais."

“A coisa mais emocionante foi que, quando eu cheguei na frente, que eu estava próprio ali na frente dele, eu me emocionei tanto. Eu desabei, porque parecia que eu estava recebendo um abraço. E isso foi indescritível.”

No primeiro dia de exposição do corpo, peregrinos chegaram a ficar 8h na fila
No primeiro dia de exposição do corpo, peregrinos chegaram a ficar 8h na fila   (Vatican Media)

 

"Fizeram um corredor humano para minha filha e eu"

Muitos são os brasileiros que vivem em Roma e foram se despedir ainda na quarta-feira (23/04), no primeiro dia em que o corpo do Papa Francisco ficou em exposição na Basílica de São Pedro. Juliana Lucci e a filha Júlia de 8 anos inclusive moram perto do Vaticano e vivem o momento histórico em primeira pessoa. A guia de turismo brasileira conta ao Vatican News que está com problemas no joelho, mas mesmo assim conseguiu aguentar 3 horas na fila. Mas não mais. Por isso, deram meia volta para sair da Praça São Pedro e encontraram a humanidade pregada por Francisco:

"Todo mundo está de luto. Todo mundo está sentindo muito. Ele era um Papa muito amado, independentemente da religião que a pessoa tem, todo mundo tem uma admiração muito grande pelo Papa Francisco e isso é muito bonito, porque ele une pessoas de diferentes religiões, culturas e países. E todo mundo ali para ver ele para prestar a última homenagem. Eu fui. Tentei entrar hoje na Basílica para vê-lo. Era muito tempo só de fila e não consegui. Eu estava com a minha filha pequena e quando eu saií da fila para tentar voltar um outro momento sem ela, porque realmente a comoção é muito grande e muita gente quer vê-lo, são muitas horas de fila"

“Quando eu saí da fila, todo mundo fez um corredor humano e abriu para eu passar. Muitos padres e muitas freiras que estavam na fila foram nos abençoando, falando palavras de amor e de luz porque sabiam que a gente queria estar ali. E a coisa mais bonita que eu ouvi de uma das freiras foi: 'minha filha, pode deixar. Qual o seu nome e da sua filha?'. E eu disse, Juliana e Júlia. 'Eu vou levar os nomes de vocês para lá e vou fazer uma oração na frente do caixão do Papa. Eu vou orar por vocês, já que vocês não conseguiram entrar'.”

"E isso foi tão bonito e de tanta empatia e de tanto amor! Eu acho que era exatamente o que Francisco pregava: é esse clima que está aqui pelo bairro que eu sinto, todo mundo querendo prestar a última homenagem e agradecer também todas as coisas boas que ele fez por todos."

Correio de Corumbá

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