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Dois meses após nascimento, filhotes da cadela Laika são entregues aos condutores do CBMMS e ao CBMERJ

As quatro fêmeas e dois machos são filhos de Laika e de um cão policial integrante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, ambos da raça pastor holandês.

Qua, 30 Outubro de 2024 | Fonte: Assessoria de Comunicação


Dois meses após nascimento, filhotes da cadela Laika são entregues aos condutores do CBMMS e ao CBMERJ
Fotos: divulgação

60 dias após o nascimento, os seis filhotes da cadela Laika começaram nesta semana a ser entregues a outras corporações e aos militares do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul que serão responsáveis pelo treinamento e preparo dos novos cães de busca que ficarão no Estado.

As quatro fêmeas e dois machos nasceram em agosto deste ano e são filhos de Laika e de um cão policial integrante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, ambos da raça pastor holandês. Agora, três deles farão parte do quadro de cães de busca do CBMMS e os outros serão destinados a outras corporações do Brasil.

Na terça-feira (29), durante ato simbólico no gabinete do Comandante-Geral do CBMMS, Coronel Frederico Reis Pouso Salas, foi realizada a apresentação oficial dos filhotes e um deles, entregue ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.

 “Um dia a Laika foi doada pela Polícia Militar de Santa Catarina e hoje ela produziu filhotes para o Brasil. Do mesmo jeito que recebemos a Laika, hoje repassamos esses filhotes para as nossas coirmãs, para os nossos bombeiros, porque somos um só no Brasil. Esse filhote está sendo entregue para salvar vidas no Rio de Janeiro. Do Mato Grosso do Sul para o Brasil”, disse o Comandante-Geral ao fazer a entrega ao Cabo Dos Santos, do CBMERJ.

Ato de apresentação e entrega dos cães a militares do CBMMS e CBMERJ.

Primeiros cães nascidos e formados dentro do CBMMS

Essa é a primeira vez que o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul realiza a preparação, também chamada de manejo de cães de busca, do início ao fim do processo de reprodução e treinamento, que vai da escolha dos pais até a preparação na vida adulta.          

Todos os cães de busca que fizeram parte da corporação até hoje eram oriundos de criadores ou canis. Porém, este ano, após planejamento e cuidados essenciais à boa saúde dos cães, a equipe do Canil do CBMMS resolveu aproveitar uma das ninhadas da cadela Laika.

“Começamos desde o início, da maneira ideal, como deve ser a formação de um cão de busca. Foi um trabalho muito difícil que envolve nós militares, envolve a família, porque como a gente sempre diz, ninguém consegue formar um cão sozinho e esses novos cães já tiveram o apoio de muita gente”, explicou o condutor da cadela Laika, Sargento Kalunga.

De acordo com ele, com os pais especialistas em buscas e resgates, a expectativa é que todos os seis filhotes sejam tão bons quanto eles.

Preparação e nascimento dos filhotes

Desde que a cadela Laika ficou prenha, a equipe de apoio manteve todo um cuidado especial para garantir o sucesso da gestação e do parto. Foi necessária suplementação da mãe o preparo do ambiente, que neste caso, foi a própria casa do militar e treinador da cadela, já que a doutrina adotada pelo CBMMS para os cães de busca é o cão na casa do bombeiro.  

“Tivemos todo um cuidado especial com ela e a casa foi preparada para que ela tivesse um bom trabalho de parto, assim como teve, com acompanhamento médico veterinário antes, durante e após  o parto, com mais de um profissional e vigilância 24h por dia”, detalha.

Manejo dos filhotes

O trabalho de manejo dos cães é intenso e dura em média 60 dias. Após o nascimento dos filhotes, desde o primeiro dia, eles passaram a ser estimulados pela equipe do Canil do CBMMS, processo chamado de estimulação neurossensorial. Durante essa etapa, os treinadores iniciaram também a pesagem diárias e as anotações sobre o comportamento dos cães.

Depois da abertura dos olhos e da vermifugação, eles começaram a ser socializados, respeitando todos os protocolos de higiene, recebendo visitas de pessoas e de animais.

“O ambiente todo foi preparado para que eles pudessem ser bem estimulados, estimulando a curiosidade deles, que é o que a gente precisa para um cão de trabalho”, disse Kalunga.

Novos cães de busca do CBMMS

Da esquerda para a direita, Soldado Francisco e cadela Kiara, Sargento Kalunga e a cadela Cristal e Soldado Humberto e a cadela Ákila.

Os três novos cães de busca do CBMMS foram batizados de Cristal, que será conduzida pelo Sargento Kalunga; Ákila, que será conduzida pelo Soldado Humberto e Kiara, que será conduzida pelo Soldado Francisco. São os chamados binômio, nome dado à dupla formada pelo condutor e cão de busca.

Em situações de busca e salvamento os binômios atuam sempre juntos, o que é fundamental para o sucesso dos trabalhos em virtude da relação de confiança adquirida entre o condutor e o cão durante os treinamentos.

O período de formação deve durar de um ano e meio a dois anos. Para isso, diariamente eles serão treinados. Por isso, ainda durante o manejo, quando estavam com a mãe, os filhotes já iniciaram atividades voltadas para obediências. Foi montada também uma pista de obstáculos onde eles eram estimulados diariamente.

“Todo dia, toda hora, é o momento de fazer um treinamento com eles, instigando o instinto de caça, o que vai fazer com que eles possam aprender de maneira mais tranquila tudo aquilo que nós precisamos. O que para nós é um trabalho muito árduo, para um cão é uma maravilhosa brincadeira”, afirma Kalunga.

Futuro da cadela Laika

Laika, que ficou conhecida no Brasil após participar das operações de resgate às vítimas das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (RS) no início de 2024, agora retorna aos trabalhos e terá a companhia de três dos seus filhotes.

“Ela já está novamente pronta para as operações de busca e já iniciamos os treinamentos com ela. Não vai aposentar ainda. Ela tem um tempo pela frente e será a professora dos novos cães. Se ela é uma boa cadela de busca, pretendemos fazer com que os filhotes sejam ainda melhores do que ela”, destaca Kalunga.

Correio de Corumbá

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