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Roberto Maciel (Betão)

CANTINHO DO BETÃO: BONECA DE PANO

Dom, 27 Abril de 2025 | Fonte: Roberto Maciel (Betão)


- Pai, pai, encontrei este galho bonito e, se bem enfeitado, vai dar uma bonita árvore de Natal.
        Fazia quase um mês que não chovia na região, mas, mesmo assim, Aníbal indo no entusiasmo das duas,encheu  uma lata com terra seca e nela fincou o galho que logoestaria  enfeitado e viraria uma linda árvore de Natal.
        - Agora vamos jantar – disse Anastácia – voltar à varanda e fazer nossos pedidos.
         Em volta da mesa, após a oração, comeram o franguinho de panela e voltaram à varanda.
        - Boa ideia – disse Anastácia, limpando as mãos no avental. – Tenho até uns apliques em forma de fita que podem ajudar na decoração.
        Fazia quase um mês que não chovia na região, mas, mesmo assim, Aníbal indo no entusiasmo das duas,encheu  uma lata com terra seca e nela fincou o galho que logoestaria  enfeitado e viraria uma linda árvore de Natal.
        - Agora vamos jantar – disse Anastácia – voltar à varanda e fazer nossos pedidos.
         Em volta da mesa, após a oração, comeram o franguinho de panela e voltaram à varanda.
          - Eu queria uma boneca de pano com vestidinho de chita.
          - Eu queria uma boa chuva pra mode ativar a plantação.
          Eu quero que meus serviços de costura aumentem.
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Anastácia gastou boa parte da noite na sala de costura fazendo a bonequinha de pano que a menina tanto queria. Cerzia daqui, costurava dali.
           Aníbal, após levar a menina para a escolinha do vilarejo, retornava ao rancho e naquela terra castigada pelo tempo, fincava o arado e não desanimava semeando milho e plantando ramo de mandioca.
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Naquele lusco-fusco da tarde, sol caindo atrás da serra, Aníbal tomando sua cachacinha na varanda enquanto Anastácia fazia uma saborosa sopa. Um Senhor despontou na estradinha e logo se apresentou:
           - Sou Nicolau e estou vindo de longe para este vilarejo. Minha carroça quebrou na estrada e vim pedir um abrigo e, se possível, um bom prato de sopa.
           - Nossa casa é toda sua, meu bom homem. Se aprochegue e venha tomar uma pinguinha comigo.
            O homem se aproximou e, sob o olhar atento do   vira-latas, sentou-se ao lado de Aníbal que logo deu o alarme: - Anastácia, temos convidado para o jantar.
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Após um belo prato de sopa, o estranho Senhor tomou rumo, desejando a todos um Feliz Natal, dizendo ter muita entrega a fazer no vilarejo.
            A noite estava linda naquela véspera de Natal. Aníbal, Alice e Anastácia, da varanda do rancho, apreciavam o firmamento repleto de estrelas e a lua cheia espalhando sua luz.
           Aníbal bebericando um traguinho pra fazer o quilo, tendo a filha sentada em seu colo e Anastácia na cadeira ao lado. O velho cão, devido ao calor, preferiu modorrar na terra do terreiro. Foi então, que uma estrela cadente cruzou o céu que, embora iluminado pela luz da lua, não ocultou o fulgor daquela intrometida...
          - Veja pai, é o trenó de Papai Noel que está distribuindo os presentes de Natal.
          - Feche os olhos e faça um pedido com muita fé, minha filha.
          - Desculpem-me, mas tenho que terminar um trabalho com urgência – disse Anastácia – e logo se recolheu. – Não se demorem pois já está ficando tarde. Dizendo isso, se embrenhou para a salinha de costura.
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Alice foi a primeira a se levantar, dirigindo-se para  a varanda, onde Aníbal a encontrou dando pulinhos de alegria com uma bela boneca de pano nos braços. O velho cão lutava com um suculento osso. Sobre a mesa da varanda, um belo pernil de porco para a ceia enquanto a chuva encharcava a terra castigada pela seca. Ao lado da cesta de costura, jazia uma boneca de pano ainda por terminar.

Correio de Corumbá

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