Meio Ambiente
Pantanal é o bioma brasileiro que mais preserva espécies da fauna silvestre, mostra estudo do ICMBio
Estudo realizado pelo ICMBio mostra que o Pantanal tem a maior porcentagem de Bioma preservado 93,7%, Amazônia 90%, Cerrado (87,2%), seguido da Caatinga (86,2%), Pampa (85,9%) e por fim a Mata Atlântica e o bioma Marinho, com 80% das espécies sem preocupação de serem extintas.
Seg, 07 Agosto de 2023 | Fonte: Assessoria de Imprensa

Estudo realizado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade) mostra que o Pantanal é o bioma brasileiro com maior índice de espécies preservadas. De todas as espécies que integram a fauna pantaneira, 93,7% são consideradas “menos preocupantes” de sofrerem processo de extinção. Índice superior ao da biodiversidade da Amazônia, por exemplo, o maior bioma brasileiro, em que 90% das espécies estão nessa condição. Em terceiro vem o Cerrado (87,2%), seguido da Caatinga (86,2%), Pampa (85,9%) e por fim, a Mata Atlântica e o bioma Marinho, com 80% das espécies sem preocupação de serem extintas.
Os dados são atualizados constantemente e estão disponibilizados na Plataforma SALVE (Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade), portal mantido pelo ICMBio e por instituições e organizações parceiras, como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o WWF (Word Wife Fund for Nature) e o Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade).
A Plataforma SALVE reúne informações de 14.784 espécies, conforme atualização dessa sexta-feira (4). Essas informações são fornecidas por 1.480 especialistas de diferentes instituições cadastradas. O método utilizado para avaliação da fauna brasileira foi desenvolvido pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e é amplamente utilizado em avaliações de espécies em nível global e já adotado por diversos países.
Um dos principais objetivos do projeto é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis, contribuindo, assim, para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.
O método utiliza categorias e critérios para identificar o risco de extinção e é constantemente revisado. Para determinar o risco de extinção de uma espécie são analisadas e combinadas informações sobre tamanho, fragmentação, flutuações ou declínio da população, extensão da distribuição geográfica, ameaças que afetam a espécie e medidas de conservação já existentes. Uma espécie pode ser enquadrada em onze categorias distintas de acordo com o grau do risco de extinção em que se encontra, desde já extinta até não avaliada.
NÚMEROS
A grande maioria das aves, peixes, répteis, mamíferos que habitam o Pantanal sul-mato-grossense – 1.299 espécies – não apresentam preocupação de serem extintos. Isso significa que estão protegidos no ambiente e encontram as condições ideais para sobrevivência e reprodução.
Apenas uma espécie foi considerada regionalmente extinta no bioma Pantanal, o maçarico-esquimó, uma ave oriunda da América do Norte e que era vista em várias regiões do Brasil. A espécie não é registrada no país, entretanto, há mais de 150 anos, sendo considerada regionalmente extinta. No caso, não se trata de uma espécie local e o processo de extinção não se deu em consequência de alterações da biodiversidade do bioma.
PESQUISAS
O pesquisador Heriberto Gimenes Junior, mestre em Biologia pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), destaca que a geografia da região pantaneira e uma série de fatores que incluem o alto grau de conservação do ecossistema favorecem a preservação das espécies. Ele coordenou pesquisas no Pantanal em 2022 que resultaram na catalogação de 123 novos registros de atualização de peixes da bacia do alto rio Paraguai, materializados no primeiro Guia Ilustrado dos Peixes do Pantanal e Entorno, disponível na versão digital.
"Foram registradas 50 novas espécies para a bacia, sugerindo que muitos lugares ainda inexplorados precisam ser estudados, com destaque para as áreas de cabeceira" cita Gimenes. Na sua avaliação, a riqueza da biodiversidade pantaneira está diretamente relacionada ao alto grau de preservação do bioma.
Atualmente a equipe de pesquisadores conduz estudos para a conservação de espécies ameaçadas de extinção, com destaque às espécies do bioma Pantanal. Até o momento, 44 foram reproduzidas no Centro de Conservação do Bioparque Pantanal, ligado ao Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Esses estudos servirão como ferramenta para criação de instrumentos de conservação e bioeconomia e para nortear o desenvolvimento de outras pesquisas científicas sobre os peixes de águas continentais.
CONSERVAÇÃO
A conservação do bioma Pantanal tem sido uma preocupação e um compromisso do Governo do Estado. Tanto que há uma legislação específica estabelecendo critérios de ocupação e uso do solo na região da planície e do planalto pantaneiros, que garante em média a manutenção de 50% da área das propriedades privadas como reserva legal, além das áreas de proteção permanente e das unidades de conservação.
O Estado também tem leis rigorosas para proteger a reprodução das espécies aquáticas e monitora constantemente o comportamento dos cardumes, mantém esquemas de fiscalização permanente nos rios e pontos de acesso a regiões pesqueiras visando coibir a pesca predatória e garantir o povoamento dos rios. “Em todas essas ações, na legislação, no controle, na fiscalização, na pesquisa, está o cuidado do Estado com o Pantanal. O empenho pela conservação do bioma, pela proteção das espécies”, destacou o diretor presidente do Imasul, André Borges.
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