31 ℃

Rosildo Barcellos

A RETOMADA DE CORUMBÁ

Qua, 07 Junho de 2023 | Fonte: Rosildo Barcellos


A RETOMADA DE CORUMBÁ

Indubitavelmente, torna-se difícil entender a história de Mato Grosso do Sul sem perscrutar as nuances da “Guerra do Paraguai”. As repercussões culturais que a “Guerra da Tríplice Aliança” exercem sobre a formação do estado são fortes e presentes, até porque temos obras que testemunham este olhar para o passado. Foi em Corumbá, num primeiro momento o local aonde desembarcaram riquezas e pessoas; porquanto ao final, vieram a auxiliar a construir o Mato Grosso do Sul, conforme conhecemos hoje. Cidade estratégica, econômica, política e militarmente, a Cidade Branca acabou sendo um dos municípios que primeiro tombaram, diante do avanço das tropas paraguaias mobilizadas por Francisco Solano Lopez.

Mormente em 1867, o presidente da província de Mato Grosso, Couto Magalhães, decidiu pela retomada do território para o Império Brasileiro e iniciou os preparativos militares, elaborando a estratégia das operações, que ficou sob o comando do então Tenente Coronel Antônio Maria Coelho. No dia 15 de maio de 1867 teve início a ação militar para a “Retomada de Corumbá” com a partida das tropas do Porto de Cuiabá, acampando nas proximidades da cidade supramencionada às 18 horas do dia 12 de junho.

Já na madrugada do dia 13, a tropa toma rumo norte, caminhando confiante, pelas margens do rio Paraguai, já respirando o ar da vitória. Depois de 25 quilômetros de marcha, param os soldados nas proximidades da vila de Corumbá, para observação e plano tático de seus comandantes. Pouco depois do almoço começam os ataques em pontos distintos, que duraram até o anoitecer. As tropas brasileiras perderam ao todo nove homens, dentre os quais, o Tenente Manoel de Pinho e o Capitão Cunha e Cruz. Outros 27 homens ficaram feridos. Foram aprisionados 27 paraguaios, do total de uma tropa de 200 homens, que havia se instalado em Corumbá.

Finalmente reconquistada, e com o objetivo de que ali fosse plenamente restabelecido o poder imperial, segundo vários relatos históricos, foram construídos então cinco fortes: Limoeiro, Junqueira, Conde D’Eu, Duque de Caxias e Major Gama. A denominação Junqueira reverencia o então ministro da Guerra, Doutor João José de Oliveira Junqueira, justamente quem deu a ordem para construir a fortificação. De tudo ainda lembro que o Tenente Coronel Antônio Maria Coelho, teve seus restos mortais descansando na Praça da Independência sob célebre estátua, enquanto que os restos de Cunha e Cruz repousam no Cemitério Santa Cruz, juntamente com suas filhas: Maria do Carmo (Sinhá) e Florisbela (Yáiá). Ainda tive a oportunidade de Conhecer Satiro Coelho aos 93 anos (descendente direto) residindo no distrito de Albuquerque. Isto mostra, que mais do que belezas naturais e animais exóticos Corumbá tem viva a sua história, no rosto de cada cidadão e isto mais do que nunca, deve ser preservado assim como, os ideais de liberdade, ordem e progresso: definitivamente revividos. 
*Articulista

Correio de Corumbá

SIGA-NOS NO Correio de Corumbá no Google News

 
 
 

Veja Também

Solenidade no Jardim da Independência celebra 156 anos da Retomada de Corumbá

Os 156 anos da Retomada de Corumbá foram celebrados nesta sexta-feira, 16 de junho, no Jardim da Independência. O prefeito Marcelo Iunes participou da soleni...

REVIVA 14

Peremptóriamente, a História é uma construção social, por isso a consciência da história e a memória são parte dessa construção, pois permite fixar informaçõ...

TOMBADOS MAS NÃO CAÍDOS, MUITO MENOS ESQUECIDOS!

É impressionante como alguns temas históricos são tão pouco trabalhados, conversados ou lembrados. É visível a falta de informação com credibilidade e  quali...

A CORAGEM DE SER VERDADEIRAMENTE MULHER

Certa vez, ouvi da minha mãe que “ser mulher é ter coragem”. Quanto olhar caridoso em uma frase tão curta e carregada de sabedoria. Essa coragem se manifesta...