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Ahmad Schabib Hany

UFPANTANAL ROMPE A “BOLHA” E EMPREENDE NOVA FASE DE MOBILIZAÇÃO

Dom, 13 Abril de 2025 | Fonte: Ahmad Schabib Hany


Marca nova fase de mobilização a vinda a Corumbá de um dos interlocutores do Movimento UFPantanal para apresentar detalhes dos parâmetros fundantes do projeto da inovadora, inclusiva e integradora Universidade Federal do Pantanal. Durante a estada de Helvio Rech em Corumbá, o abaixo-assinado atingiu 8.000 apoios.

Uma nova fase de mobilização foi deflagrada com a vinda a Mato Grosso do Sul do Professor Helvio Rech (UNIPAMPA), que, com o apoio da ex-vice prefeita Márcia Rolon, fundadora e dirigente do Moinho Cultural, fez uma peregrinação por diversas entidades e instituições de Corumbá entre os dias 4 e 10 de abril. Na oportunidade, deu entrevista a mídias nacionais de jornalismo, foi recebido pelo Jornalista Alle Yunes Solominy Neto, diretor-responsável do Correio de Corumbá, e conversou com autoridades federais em visita a nossa cidade.

O Professor Helvio Rech participou de seminários e palestras na Embrapa Pantanal, Moinho Cultural, Associação da Escola Agroecológica da Família Agrícola do Pantanal (AEFAAP), Campus do Pantanal da UFMS, Associação de Docentes da UFMS (ADUFMS), Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Pesquisa (SINPAF), Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (SIMTED), bem como de emblemática reunião com a Vice-prefeita Beatriz Cavassa de Oliveira, secretária de Assistência Social e Cidadania, ex-deputada federal e com longa trajetória como professora da rede pública.

A Professora Bia Cavassa reiterou seu compromisso com a luta pela implantação de uma Universidade Federal com sede em Corumbá, ao lembrar que participou da primeira reunião presencial do Movimento UFPantanal, realizada em dezembro sob coordenação de Dom Francesco Biasin, então Administrador Apostólico da Diocese de Santa Cruz de Corumbá, no campus local do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). A Vice-prefeita se comprometeu a realizar reunião com o Prefeito Gabriel Alves de Oliveira, em viagem na semana em que o Professor Helvio esteve em Corumbá.

Ativista cultural e ex-vice-prefeita de Corumbá, a Professora Márcia Rolon, dirigente do Instituto Moinho Cultural e articuladora de momentos emblemáticos do Movimento UFPantanal em Corumbá, assegurou que a campanha pela UFPantanal “rompeu a bolha” ao levar à população o projeto de universidade-bioma e espaço comum de educação. Para a experiente e bem-sucedida dirigente do Moinho Cultural, emissários de alguns ministérios, como do Meio Ambiente e Cultura, que tiveram acesso ao pré-projeto em construção, que será oportunamente debatido, mediante reuniões setoriais e temáticas com diversos setores da sociedade civil corumbaense e ladarense, bem como entidades e autoridades sul-mato-grossenses nas próximas semanas.

O Professor Wilson de Melo, diretor do CPAN/UFMS por várias vezes, vê com discreto entusiasmo o Movimento UFPantanal: como diretor, na década passada, acompanhou a segunda mobilização pela criação da Universidade Federal do Pantanal e, com base nessa experiência, evidencia a crônica desmobilização da sociedade corumbaense, ladarense e sul-mato-grossense em prol de uma nova instituição de ensino superior e de pesquisa com sede em Corumbá. Acredita que agora, com a mobilização sendo “de fora para dentro” da comunidade universitária, haja mais condições de conquistar esse anseio, antigo mas presente.

A Professora Ilsyane Kmitta, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), por razões de trabalho precisou retornar a Dourados. Kmitta enfatizou o papel inovador da UFPantanal no contexto da integração latino-americana pelas características históricas de Corumbá, Ladário e região. Avaliza essa demanda histórica a localização privilegiada de Corumbá, há séculos cumprindo rol integrador e de intercâmbio cultural e social, além dos aspectos econômicos destacados nos últimos dois séculos.

A Professora e pesquisadora Maria Helena de Andrade, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e coordenadora de curso de  pós-graduação em parceria com a UFMS em Campo Grande, observou que é fundamental a manifestação de apoio de diferentes entidades e instituições de todo o país, de modo a que a UFPantanal possa ser implantada o mais rapidamente possível. Doutora em Meio Ambiente, a Professora Maria Helena, ex-acadêmica de Biologia no à época CEUC/UFMS, criou um programa de Mestrado e Doutorado voltado para a Educação Ambiental pioneiro no país.

Agrônomo e pesquisador da Embrapa Pantanal, o Professor Alberto Feiden trabalha na área de Agricultura Familiar há décadas, sendo um dos fomentadores da implantação da Escola Agroecológica da Família Agrícola do Pantanal (EAFAAP) com o Professor Sérgio Pereira, no Assentamento Taquaral. Feiden enfatiza a urgência de cursos voltados para o segmento da Agricultura Familiar, responsável pela produção de alimentos para a população. Tão ou mais importante que a produção de commodities, o alimento acessível à população é imprescindível e inadiável, sobretudo quando se evidencia um súbito encarecimento da cesta básica alimentar no país.

O Professor Sérgio Pereira, doutorando em Educação no Campo na UFGD, entende que a implantação da Escola Agroecológica (EAFAAP) na área rural de Corumbá (Assentamento Taquaral) assegurará a permanência proativa de novas gerações das famílias dos assentamentos da Reforma Agrária, com foco na estruturação de atividades produtivas alimentares inovadoras, como a produção de mel, com a qual uma associação do Assentamento Taquaral, em que o biólogo Valdenei Conceição, filho de assentados, foi campeão nacional dessa variedade de mel pantaneiro.

O Professor Fabiano da Silva, também apicultor campeão em certame nacional, acredita que a criação do Centro de Farmacologia, Farmacognosia e Fitoterapia com base na flora nativa e a oferta de curso de Medicina pela UFPantanal possibilitará a construção de Hospital Universitário em Corumbá, o que elevará qualitativamente os serviços de assistência à saúde em toda a região do Pantanal. Não entende por que até hoje uma região como a do Pantanal não tem cursos públicos na área da saúde.

O Médico Ronaldo Costa, superintendente do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul, manifesta a sua esperança de que a UFPantanal traga para o Pantanal de Corumbá a infraestrutura governamental, equipamentos de saúde e das demais políticas públicas a fim de assegurar qualidade de vida e perspectivas saudáveis às populações originárias e tradicionais que habitam há séculos no Pantanal. Para ele, o vazio assistencial do SUS no Pantanal é uma dívida do Estado brasileiro para as populações originárias e tradicionais.

Coordenador da ADUFMS Pantanal, o Professor Ilídio Roda vem articulando apoio junto aos diferentes sindicatos de docentes universitários e conselhos profissionais, de modo a angariar respaldo de colegas de pesquisa e docência pelo Brasil afora. Não são poucas as entidades sindicais que vêm a se somar no apoio à mais nova universidade-bioma que será apresentada pelo Governo Federal como resposta de Estado aos eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas. E celebra a chegada, durante a estada de Helvio Rech, às 8.000 assinaturas de apoio à petição pela UFPantanal.

A Professora Elisa de Freitas, atualmente vinculada à Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba (MG), veio à cidade para participar do Primeiro Simpósio Regional de Gestão Urbana, realizado nas dependências do Campus Pantanal da UFMS nos dias 8, 9 e 10 de abril. Organizado pelo Professor Fabiano Rückert, do CPAN/UFMS, o evento é, para ela, uma mostra da capacidade acadêmica e do potencial realizador de Corumbá, por meio dos pesquisadores e docentes universitários, no necessário debate sobre a realidade urbana e rural do Coração do Pantanal e da América do Sul.

Pioneiro do povo Guató na Aldeia Uberaba (Ilha Ínsua, na região do Amolar), o Cacique Severo Ferreira, e a esposa, Dona Dalva Ferreira, saúdam com entusiasmo a campanha pela UFPantanal, com sede em Corumbá. Atualmente, em todo início de ano acadêmico, pelo menos dois jovens Guató ingressam no curso superior e a expectativa deles é que, junto ao conhecimento científico ensinado nos cursos a que seus descendentes têm acesso, o conhecimento ancestral também seja oferecido. Essa também é a expectativa do Cacique Negré, também Guató, da Barra do São Lourenço.    

O Professor Jorge Eremites de Oliveira, da Universidade Federal de Pelotas (RS), que há décadas pesquisa as populações originárias do Pantanal (Guadakan, na língua ancestral), integra o Movimento UFPantanal, também como corumbaense que, à procura de novos horizontes, precisou sair de Corumbá. Hoje, renomado pesquisador, é um consultor da CAPES que contribui efetivamente para um projeto inovador, inclusivo e integrador da universidade que se pretende criar no coração do subcontinente sul-americano.     

O empresário Armando Lacerda, com larga trajetória em diversas frentes empresariais e um dos descendentes da família proprietária do emblemático saladeiro da Descalvados (potência na produção de charques para exportação na primeira metade do século XX), é entusiasta de iniciativas que consolidem a presença do Estado no coração do Pantanal e da América do Sul. Desde o primeiro momento não tem medido os esforços junto aos atores regionais para fortalecer o Movimento UFPantanal, que para ele é mais que uma universidade: é usina de conhecimento científico e ancestral, além de oportunidades para gerações de corumbaenses e ladarenses que procuram sobreviver dignamente.     

Na abalizada opinião do Professor Masao Uetanabaro, pioneiro na pesquisa biológica do bioma, a UFPantanal, inserida no contexto pantaneiro e conectada a países integrantes da comunidade sul-americana, como Bolívia e Paraguai, é mais que resposta à demanda da humanidade por novas alternativas de desenvolvimento: é um desafio à sociedade científica, à sociedade civil e às autoridades nas três esferas de governo. Ou a sociedade civil em todo o estado de Mato Grosso do Sul se mobiliza, ou Mato Grosso, cuja capital sempre demonstrou sensibilidade política, encampa e realiza esta proposta antes.
 

 

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